A pintura apresenta um esquema pictórico inusitado, aproximando-se dos ideais estéticos surrealistas.
No centro da composição é possível identificar a figura de um homem com vestes de cor roxa, sentado em uma cadeira de cor vermelha. Ele está voltado para a esquerda da tela e seu rosto é marcado por traços fortes. Chama a atenção a profusão de cores utilizadas nos seus olhos, sugerindo o formato de uns óculos.
Porém, a linha vermelha que compõe o contorno de seu rosto é aproveitada também para compor a parte de cima da cabeça de um animal marrom de quatro patas que, assim como o homem, tem o olhar atento voltado para a esquerda da tela.
No quadrante inferior direito nota-se parte, mais precisamente a pata dianteira e a cabeça, de outro animal de cor marrom e focinho alongado; sua forma é destacada por um contorno de tonalidade azul clara, o que permite identificar que ao seu lado há um outro animal, de cor cinza escuro, do qual só é possível identificar uma pata dianteira e parte do focinho.
No quadrante inferior esquerdo, outro animal marca a cena; sua forma arredondada, focinho alongado e orelha permitem identificá-lo como uma anta. Chama a atenção o fato de seu olho estar envolto por um círculo de tonalidade amarela.
O fundo da cena é composto por variações de tonalidade em verde.
No quadrante inferior direito consta a assinatura em vermelho "Siron 83".
SIRON FRANCO
Gessiron Alves Franco nasceu em Goiás Velho (GO), em 26 de julho. Muda-se para Goiânia em 1950. Em 1960 estuda pintura com D. J. Oliveira e Cleber Gouvêa, ano em que também é aluno-ouvinte da Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiânia. Entre 1969 e 1971, freqüenta os ateliês de Bernardo Cid e Walter Levy, em São Paulo, integrando o grupo que faz a exposição Surrealismo e Arte Fantástica, na Galeria Seta. Em 1975, com o prêmio viagem ao exterior, reside entre capitais européias e o Brasil. Em 1979, inicia o Projeto Ver-A-Cidade, realizando diversas interferências no espaço urbano de Goiânia. Entre 1985 e 1987, faz direção de arte para documentários de televisão, como Xingu, concebido por Washington Novaes e premiado com medalha de ouro no Festival Internacional de Televisão de Seul.
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